A dança das cadeiras na moda de luxo nunca esteve tão acelerada. A troca constante de diretores criativos nas grandes maisons reflete não só uma crise no setor, mas também um desafio: manter o legado da marca ou criar uma nova estética?
Nos últimos anos, as grifes de luxo vêm enfrentando uma desaceleração no consumo, o que leva os grupos de moda a repensarem suas estratégias criativas. Essa discussão se tornou central no universo fashion e divide opiniões de especialistas, estilistas e consumidores.
Preservar o legado: equilíbrio entre passado e presente
Para Vinícius Alencar, editor de moda do FFW, algumas marcas possuem um DNA tão forte que ignorar seus códigos seria um erro. Ele destaca o exemplo da Saint Laurent, onde Anthony Vaccarello soube equilibrar sua própria visão com a herança da marca.
Casos semelhantes ocorreram com John Galliano na Dior e Nicolas Ghesquière na Balenciaga, que reinterpretaram os códigos originais sem perder a essência. Marcas com legados sólidos, segundo Alencar, se fortalecem quando mantêm sua identidade, tornando-se desejáveis e relevantes.
Criar uma nova estética: romper com o passado
Por outro lado, Augusto Mariotti, publisher do FFW, acredita que o apego ao passado pode limitar a criatividade. Para ele, as marcas deveriam abrir espaço para que diretores criativos construam novas estéticas, sem a obrigação de revisitar o passado.
Ele defende que os conglomerados de moda invistam em novas marcas e criadores, capazes de se tornarem os grandes nomes do futuro, em vez de perpetuar fórmulas antigas.
O futuro da moda: tradição ou inovação?
A verdade é que essa não é uma questão com resposta única. O desafio está em equilibrar tradição e inovação, algo que impacta diretamente a percepção da marca, seu posicionamento e, consequentemente, seus resultados no mercado
As fotos seguintes mostram diferentes coleções da mesma marca, Balenciaga, mas com diferentes diretores criativos.
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